ENTRE LUZES E CORES

Rinaldo Grilo Filho

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

CRIAÇÕES...

OBRA – Mater Natura

2009

Postado por Rinaldo Grilo Filho às 07:34

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Meu pensamento...

Em vez de ser incompetente sendo invejoso;

Estude, produza, aperfeiçoe-se constantemente.

Daí sim, você será abençoado pela sorte...

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ENTRE AS CRIAÇÕES

O ARTISTA PELO ARTISTA

Nascido em Sorocaba, estado de São Paulo em 05 de julho de 1958, é filho único de Rinaldo e Guilhermina. Começou a desenhar muito cedo, para se distrair, uma vez que não tinha irmãos ou primos próximos. Seu pai muitas vezes fazia os esboços para serem coloridos, e, em outras, o próprio copiava de gibis. Na adolescência tomou gosto pelo desenho a nanquim e começou também a pintar em óleo sobre tela.

Sempre autodidata, uniu seu prazer à leitura para viajar pelas inúmeras enciclopédias de artes plásticas nas bibliotecas das escolas onde estudou. Durante sua vida estudantil, participou de algumas exposições locais ,coletivas, promovidas pela A.C.M local.

Por motivos familiares manteve-se afastado duma produção constante por 30 anos.Ocasionalmente participava de algum concurso e também de alguma coletiva, promovida por sua empresa ( Telesp/Telefônica ). Aposentado desde 2000, passou gradativamente a retomar os pincéis, deixando a Literatura de lado ( o que fazia nessas 3 décadas ).

Embora sem produção, nesse meio tempo, pesquisou e estudou muito, desenvolvendo um estilo particular, ora Contemporâneo, ora Primitivista,ora Pop e Op-Art, ora Bizantino. Porém sempre calcado em suas fontes inspiradoras que são o Mosaico, o Azulejo e o Vitral.

Sempre que possível, viajou para pesquisar e conhecer aquilo que forja seu estilo, pelo Brasil, América do Sul e Europa. Para ele pintura sacra e pintura politizada tem, o mesmo tratamento e importância.

A antropologia também é fonte inspiradora.

Seus trabalhos são imensamente coloridos, chegam quase a serem classificados de “barrocos” pelo exagero cromático,o que se nota sempre são as cores, ou dominantemente fortes e contrastantes ou sempre únicas,em matizes que vão se decompondo do mais escuro ao mais claro.

É como se olhássemos um mosaico sem as pedrinhas, azulejos fragmentados ao prazer de Gaudí sem argamassa ou vitrais profanos. Porém todos únicos e de um senso de liberdade ímpares.

Como o pintor declara: ...” sou um recriador, um criador e um releiturista da realidade... não sou fotografo,não sou acadêmico,não sou figuratista, não sou clássico....Admiro e respeito os pintores que possuem esse dom...porém..é maravilhoso ser LIVRE para criar, sejam árvores azuis, céus verdes ou mulheres roxas. O que importa, depois do título, é a mensagem que a obra passa. Provocar, questionar, incomodar, fazer pensar...”

ENTRE AS CRIAÇÕES

ALGUMAS COISAS QUE ME AJUDARAM...

Neste constante processo de criação, muitas coisas me ajudaram a ser o que sou e entender o que faço. O fato de ter sido filho único contou muito. Mesmo sendo de família de classe média – B, isso me favoreceu o acesso à muitas coisas. Morar em cidade e próximo à São Paulo, mais ainda, pois isso abriu as portas de Masp, Pinacoteca, Bienais, Livrarias especializadas, etc . Consegui ser autodidata graças a isso. Pesquisa e não escola. A televisão entrou em minha vida muito cedo; aos 4 anos ela era a minha babá eletrônica e me recordo de dois programas que me fascinavam: “ Hellow London” ( programa de variedades do tipo faça-você-mesmo ) e o desenho animado “ Yellow Submarine “ dos Beatles. Foi dessa época meu gosto pela Pop-Art e pela Optical-Art. Duas publicações me causaram impacto: uma enciclopédia imensa ( devia ter uns 4 anos...) chamada “ Tesouros da Juventude “ com gravuras em tom sépia.. e depois , na adolescência a revista “ American Artist “, que amigos me emprestavam da escola particular de inglês que faziam. Me atraía muito o Egito com aqueles corpos em perfil e aqueles olhos misteriosos, delineados por rímel. Contorno esse que reencontrei nos vitrais das igrejas... com certeza vem daí o uso do preto em minhas produções. Me considero um rato de biblioteca e como uma imagem vale mais que mil palavras, fotos do mundo budista com suas cores fortes e do mundo africano com suas formas maciças também me impactaram. Maravilhoso é o universo indígena brasileiro. Quando a situação financeira se estabilizou, comecei a fazer alternativas artísticas: nanquim e artesanato em tecido. E com o desenrolar de minha vida profissional pude viajar para aprender in loco muitas coisas mais. Impossível deixar de citar algumas pessoas que tocaram profundamente minha alma artística: Neide Paes ( amiga de minha mãe e pintora ) , meu professor e amigo Aluísio Vieira, pintor em estilo bizantino da face de Cristo, meu ídolo e modelo. As amigas ( pintoras ) Nenê Rios, Silmara e Silviane. Incentivadores que confiaram em mim como Luiz Ortega e Adalberto Sabino, que exorcizaram meu medo de expor, me dando auto confiança. E acima de todos meu primo Sílvio Grillo Jr., foi quem me comprou ( porque não podíamos fazer esse supérfluo ) minhas primeiras bisnagas de tintas e telas quando eu tinha meus 8 ou 10 anos. Mais do que os pisos em pedra portuguesa das praças sorocabanas, que os vitrais mágicos da antiga igreja de Santa Rita, que a produção de ladrilhos hidráulicos que eu admirava ver fazer, mais que tudo, agradeço a Deus o dom da visão. Agradeço a Deus o dom da razão, das mãos perfeitas e de poder pesquisar e aprender sempre mais. E entender que Arte é Liberdade e Ousadia. E que sempre alguém vai gostar do que você faça.

ENTRE AS CRIAÇÕES

SER AUTODIDATA

Sou autodidata.
Não sou gênio. Não sou melhor que ninguém. Como muitos neste Brasil,
não tive condições financeiras de estudar em escolas especializadas,
Precisei beber das fontes públicas das bibliotecas, museus, etc., para aprender. Precisei de muita observação e muita dedicação. Aprendi sozinho. Deduzi sozinho. Experimentei sozinho. Sofri sozinho. Tive muito prazer sozinho. Abençoados os livros que são nossos professores silenciosos e que acalmam nossas inquietudes criadoras. Padeci de muitas dúvidas acerca do que faço, tive muita insegurança, por ser “ autodidata “. Me sentia menor, incompleto. Só que não sou nem primitivista nem “naif”, e também não me importo em me rotular, amo e preciso, quero e vou apenas pintar. Hoje nem me orgulho e nem me envergonho dessa condição, é a minha realidade, é a minha formação. Continuo sendo autodidata e sei que tenho muito que aprender ainda.

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